Com apenas três meses de vida, uma bebê de ville (SC) enfrenta os desafios impostos por uma síndrome raríssima: a Síndrome de Moebius.
Desde os primeiros instantes após o nascimento, a mãe, Marlete Azevedo dos Santos, notou algo incomum. A filha não reagia com expressões faciais, não sorria, nem acompanhava com os olhos os estímulos ao redor.
O susto inicial logo se transformou em busca por respostas e, mais adiante, em um compromisso firme com a conscientização.
Síndrome de Moebius impede bebê de sorrir; entenda o caso
A Síndrome de Moebius é uma condição neurológica congênita que afeta o desenvolvimento de dois nervos cranianos essenciais — o sexto e o sétimo pares, responsáveis, entre outras funções, pelos movimentos faciais e o controle ocular lateral.
Como resultado, pessoas com a síndrome nascem com paralisia facial completa ou parcial, o que impossibilita manifestações básicas como sorrir, franzir a testa ou mover os olhos para os lados.
Em alguns casos, como o da bebê catarinense, também podem surgir complicações ortopédicas, como pé torto congênito, e alterações na estrutura do palato.
A origem da síndrome é complexa e pode envolver tanto fatores genéticos quanto ambientais. Pesquisas indicam que interrupções no fluxo sanguíneo para regiões específicas do cérebro durante a gestação, especialmente entre a quinta e sexta semana, são uma das principais causas.
Substâncias como misoprostol ou cocaína, se ingeridas na gravidez, podem estar associadas a esse tipo de interrupção. Apesar de algumas mutações genéticas também estarem envolvidas em casos raros, não há uma forma universal de prevenção.
Síndrome não tem cura, mas filha da bebê busca adaptações
Hoje, mesmo sem conseguir esboçar um sorriso, a bebê se comunica com o corpo, demonstrando alegria e curiosidade de outras formas. A rotina da família inclui sessões frequentes de fisioterapia, fonoaudiologia e consultas com especialistas para estimular o desenvolvimento motor e oral.
Uma mamadeira adaptada permitiu à menina se alimentar melhor, superando as dificuldades iniciais.
Marlete criou um perfil nas redes sociais para compartilhar o dia a dia da filha e ajudar outras famílias que possam enfrentar situações semelhantes. Além de trocar experiências, ela busca combater o preconceito e estimular o diagnóstico precoce.
Embora a Síndrome de Moebius não tenha cura, com atenção e apoio profissional adequado, é possível garantir uma vida plena e independente para quem convive com essa condição.
